Cavalos mortos por suspeita de intoxicação foram enterrados no próprio terreno do haras, denunciam donos

  • 06/01/2025
(Foto: Reprodução)
Animais foram encontrados mortos no sábado (4), e a causa provável é a ingestão de uma toxina, com sintomas semelhantes aos do botulismo. Cavalos mortos por suspeita de intoxicação foram enterrados no próprio terreno do haras, denunciam donos. Arquivo pessoal Donos de cavalos encontrados mortos em Manaus denunciaram que os animais foram enterrados sem os devidos critérios sanitários no próprio terreno do Haras Nilton Lins, onde viviam. A causa provável da morte é a ingestão de uma toxina, com sintomas semelhantes aos do botulismo. A Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal, da Agência de Defesa Agropecuária (Adaf) e a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) investigam o caso. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp No sábado (4), foi divulgado que três cavalos morreram, e neste domingo, mais seis foram encontrados mortos, totalizando nove, todas por suspeita de intoxicação. Em nota, a Universidade Nilton Lins, responsável pelo local, informou que, ao identificar os primeiros sintomas, adotou medidas imediatas para proteger os demais animais e conter a situação. Donos de cavalos que morreram compartilharam com o g1 imagens que mostram covas e os animais sendo deixados no local em tratores. Priscila Meneses, mãe de um jovem dono de dois cavalos que vivem no haras, relatou que os corpos teriam sido enterrados pelo haras irregularmente. Ela também disse que foi informada que a intoxicação foi coletiva. "Suspeita-se que seja uma toxina do botulismo, responsável pela morte dos cavalos, e os outros estão apresentando os mesmos sintomas. O único tratamento possível é a aplicação de soro, mas não há garantias de sobrevivência. As cenas são tristes, grotescas e impactantes", afirmou Meneses. Mãe de dono de cavalos relata mortes por suspeita intoxicação em haras de Manaus O g1 questionou a universidade sobre o processo de enterro dos corpos, mas a Nilton Lins informou que não tem informações sobre o descarte dos animais. "Até o presente momento, foram registrados nove óbitos de equinos nas instalações. Também informamos que o local segue isolado, monitorado, e todos os animais estão sendo assistidos e acompanhados 24 horas por dia por equipes de médicos veterinários", disse a instituição em comunicado no domingo. Segundo a administração do Haras Nilton Lins, foram adotadas as seguintes medidas: Isolamento da área afetada: a área identificada como potencial fonte de contaminação foi imediatamente isolada para evitar qualquer propagação. Atendimento veterinário especializado reforçado: todos os animais estão sob monitoramento contínuo de uma equipe de médicos veterinários altamente qualificados, com suporte de farmacêuticos clínicos. Desinfecção rigorosa: o local está sendo submetido a um processo minucioso de limpeza e desinfecção. Troca de insumos alimentares: foi feita a substituição imediata da ração fornecida aos animais, como medida preventiva adicional. Monitoramento constante: garantimos vigilância 24 horas para acompanhar a saúde dos demais animais. "Estamos colaborando com as autoridades competentes, uma vez que a Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal já foi comunicada e está conduzindo uma investigação detalhada para identificar a origem exata da toxina, além de fortalecer nossos protocolos preventivos", concluiu a universidade. Por meio de nota, a Polícia Civil do Amazonas informou que a Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema) investiga o caso em ação integrada com a Agência de Defesa Agropecuária (Adaf), para esclarecer as causas e as circunstâncias dos óbitos dos animais. Em nota, a Adaf informou que enviou um veterinário e técnico da instituição ao Haras Nilton Lins assim que foi informado sobre o óbito dos primeiros três animais para iniciar uma investigação visando identificar as possíveis causas e determinar novas medidas. "A investigação prossegue com coleta de material biológico, feito pela equipe do haras, e exames laboratoriais. Também foi coletada para análises amostra do feno utilizado na alimentação dos animais, já que uma das suspeitas é uma possível intoxicação", concluiu a Adaf. Os envolvidos com o haras devem ser notificados para serem ouvidos na delegacia conforma a Polícia Civil. Cavalos morrem e ficam gravemente doentes por suspeita de intoxicação em haras de faculdade em Manaus. Arquivo pessoal Entenda mais sobre botulismo Considerada uma doença grave, o botulismo é provocado pela ação da toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Essa substância pode entrar no organismo de animais (como cavalos) ou seres humanos por meio de ferimentos ou pela ingestão de alimentos contaminados. Mesmo pequenas quantidades da toxina podem causar intoxicação grave rapidamente. A toxina botulínica afeta o controle motor e, por essa razão, pode levar a diversas complicações. Ela pode levar à insuficiência respiratória, que, no geral, é a forma mais comum de morte causada por botulismo.

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/01/06/cavalos-mortos-por-suspeita-de-intoxicacao-foram-enterrados-no-proprio-terreno-do-haras-denunciam-donos.ghtml


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