Seca provoca morte de milhares de peixes em lago no interior do Amazonas; VÍDEO
11/09/2024
De acordo com os relatos dos moradores, o nível da água no lago caiu significativamente nos últimos dias, e as altas temperaturas têm aumentado a mortalidade dos peixes. Vídeos feitos por moradores mostram peixes mortos no Lago do Piranha
Vídeos feitos por moradores mostram milhares de peixes mortos no Lago do Piranha, na Zona Rural de Manacapuru, no interior do Amazonas. O lago, que abrange áreas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Piranha, tem sido severamente afetado pela seca. Assista ao registro acima.
A cidade de Manacapuru fica localizada às margens do rio Solimões, que registrou um nível de 7 metros e 22 centímetros nesta quarta-feira (11), conforme a Defesa Civil do município. Isso representa uma queda de 4 metros e 92 centímetros em relação ao mesmo período do ano passado, caracterizando uma das secas mais severas já registradas.
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De acordo com os relatos dos moradores, o nível da água no lago caiu significativamente nos últimos dias, e as altas temperaturas estão contribuindo para a mortalidade dos peixes. Em um dos vídeos, muitos peixes aparecem se debatendo nas águas rasas perto de flutuantes, devido à falta de espaço e à baixa oxigenação da água.
Outro vídeo mostra peixes próximos à margem do lago, alguns ainda vivos, mas muitos já mortos. Os moradores relatam que o odor desagradável dos peixes em decomposição está se tornando cada vez mais intenso e expressam preocupação com o acesso à água potável.
Atualmente, algumas famílias estão conseguindo água por meio de um sistema que capta e trata a água do lago. Outros moradores estão procurando ajuda na Zona Urbana da cidade.
A seca nos rios do Amazonas em 2024 já afeta mais de 340 mil pessoas, e todos os 62 municípios do estado declararam situação de emergência, conforme boletim do governo estadual divulgado nesta segunda (9). Mais de 85 mil famílias estão enfrentando os impactos da estiagem.
Vídeos mostram milhares de peixes mortos em lago no AM.
Reprodução
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Seca dos rios no AM
O Amazonas enfrenta uma crise ambiental sem precedentes em 2024, com uma seca que chegou antecipada e já impacta mais de 330 mil pessoas no estado, segundo a Defesa Civil. A escassez de água está isolando cidades e comunidades e prejudicando a economia local. Atualmente, todos os 62 municípios do estado se encontram em situação de emergência devido à seca e queimadas.
A previsão do governo estadual é que o Amazonas enfrente uma seca severa este ano, possivelmente pior do que a de 2023. No ano passado, durante a estiagem, o Rio Negro atingiu o nível mais baixo dos últimos 120 anos.
A seca severa que assola o Amazonas também expõe o isolamento que o estado vive. Isso porque, a única rodovia que liga o Amazonas ao restante do país - a BR-319 - é praticamente intrafegável.
Estiagem afeta 330 mil pessoas no Amazonas
A seca do Rio Negro em 2024 já está mudando o cenário da Orla de Manaus e afetando a rotina tanto da população quanto dos trabalhadores da área portuária. No dia 4 de setembro, o rio estava em 19,01 metros, 4,03 metros abaixo do mesmo dia do ano passado, quando a cota era de 23,04 metros, de acordo com dados do Porto da capital, responsável pelo monitoramento do nível das águas.
No município de Tabatinga, o Rio Solimões o nível mais baixo já registrado na história, A cota foi de -0,94 metro, os dados apontam que esta é a maior seca, pelo menos, dos últimos 40 anos na região, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB). O nível do rio foi tão baixo, que revelou ruínas históricas da coroa portuguesa.
No Rio Madeira, o mês de agosto foi o pior dos últimos 57 anos, a cota chegou a 1,80 metros de acordo com o SGB. E causou a paralisação da Hidrelétrica de Santo Antônio, de uma das maiores do país
Decreto Emergencial
Todos os 62 municípios do Amazonas foram declarados em estado de emergência devido à seca severa e às queimadas que afetam o estado este ano. A informação foi divulgada pelo governador Wilson Lima, que também assinou um decreto para declarar situação de emergência em saúde pública em razão do período de vazante dos rios.
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Francisco Carioca/Rede Amazônica
*Com informações de Patrícia Souza, da Rede Amazônica.